O teu rosto inclinado pelo vento;
a feroz brancura dos teus dentes;
as mãos, de certo modo irresponsáveis,
e contudo sombrias, e contudo transparentes;
O triunfo cruel das tuas pernas,
colunas em repouso se anoitece:
o peito raso, claro, feito de água;
a boca sossegada onde apetece
navegar ou cantar, ou simplesmente ser
a cor dum fruto, o peso duma flor;
as palavras mordendo a solidão,
atravessadas de alegria e de terror;
são a grande razão, a única razão.
*
No brilho redondo
No brilho redondo
e jovem dos joelhos.
Na noite inclinada
de melancolia.
Procura.
Procura a maravilha.
*
À breve, azul cantilena
À breve, azul cantilena
dos teus olhos quando anoitecem.
*
À breve, azul cantilena
dos teus olhos quando anoitecem.
*
De palavra em palavra
De palavra em palavra
a noite sobe
aos ramos mais altos
e canta
o êxtase do dia.
De palavra em palavra
a noite sobe
aos ramos mais altos
e canta
o êxtase do dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário