domingo, 30 de setembro de 2012

4° motivo da rosa

[Cecília Meireles]



Não te aflijas com a pétala que voa:

também é ser, deixar de ser assim.

Rosas verá, só de cinzas franzida,

mortas, intactas pelo teu jardim.

Eu deixo aroma até nos meus espinhos

ao longe, o vento vai falando em mim.

E por perder-me é que vão me lembrando,

por desfolhar-me é que não tenho fim.


[in Mar absoluto/Retrato natural]

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