sexta-feira, 7 de setembro de 2012

ode às batatas fritas

[Pablo Neruda]



Crepita
no azeite
fervendo
a alegria
do mundo:
as batatas
fritas
entram
na frigideira
como nevadas
plumas
de cisne matutino
e saem
semidouradas pelo crepitante
âmbar das olivas.
O alho
lhes acrescenta
sua terrena frangrância,
a pimenta,
pólen que atravessou os recifes,
e
revestidas
de novo
com traje de marfim, enchem o prato
com a repetição de sua abundância
e sua saborosa simplicidade da terra.



[NERUDA, Pablo. Navegações e Regressos. São Paulo: MEDIAfashion, 2012, p.129-130]

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